Infraestrutura escolar e violência adoecem professores e antecipam plano de aposentadoria
Um recente estudo apresentado na USP (Universidade de São Paulo), pelo historiador Danilo Alexandre Ferreira de Camargo, revelou que os professores da rede pública de todo o país estão adoecendo e desistindo de seus empregos por não suportarem mais o cotidiano escolar.
Para ele, a ultrapassada estrutura educacional seria a responsável pelo estado de saúde dos docentes. “A sociedade não consegue visualizar, de fato, o grau de insuportabilidade dessa estrutura”, diz.
Segundo a Seeduc (Secretaria de Estado de Educação), no Estado do Rio de Janeiro, cerca de 7 mil professores estão licenciados. Se considerarmos o número de profissionais licenciados e o dos que faltam ao trabalho, esse número sobe para 11 mil – o que revela que 18% dos contratados pelo Estado faltam ao trabalho e deixam de ensinar.
Caso real
A professora carioca Nádia de Souza, de 56 anos, é uma que deixou de lecionar a disciplina de história depois de sofrer constantes agressões e humilhações na escola em que trabalhava, na zona sul do Rio de Janeiro. “Fui diagnosticada com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em julho de 2009, quando pedi afastamento.”
O problema de saúde surgiu após uma agressão. “Um aluno de 5ª série bateu a porta da sala três vezes nas minhas costas. Meses antes, outro garoto havia dito que eu estava ‘pedida’ [quando pedem para matar] e que os meus dias estavam contatos”, relembra a ex-docente, que afirma que até urina era jogada nos professores do alto da escada.
Sem o apoio da escola, Nádia não viu outra alternativa e abandonou a carreira de docente. “Tive pânico e depressão. Não podia chegar perto de uma escola que passava mal. Então, após dois anos de afastamento, fui aposentada pelo Estado e pelo município”, lembra.
Secom / CPP
Fonte: Grupo Bandeirantes de Comunicação
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