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terça-feira, agosto 14, 2012

Visões cruéis dos professores, que não ajudam em nada a melhorar educação!


Esta imagem, que recebi na internet, demonstra uma critica senso comum à escola: o fato dela ser uniformizadora, um local de fazer “iguais”.
Há um conto muito famoso em relação a isso, chamado “Quando a escola de vidro”.
Todas as críticas são verdadeiras, mas cruéis e injustas ao mesmo tempo.
Verdadeiras, porque realmente a escola, muitas vezes, é assim.
Cruéis e injustas, porque, como sempre, jogam apenas nas costas dos professores toda a culpa por a escola ser assim.
Venho insistentemente apontando este fato: culpam apenas os professores por todas as mazelas da escola! E isso entra no senso comum, como mostro nestes exemplos, sabendo que existem muitos outros.
Na charge acima, o pai – já um boneco tolhido – leva o filho, ainda um tronco, para também ser tolhido em uma sala de aula.
Quem os tolhem? O professor-machado!
Ora, esta charge está extremamente errada e, como eu disse, é cruel.
O professor TAMBÉM é um boneco tolhido!  O professor NÃO É o machado! Muito cruel colocar o professor como o machado e TODOS os outros como o tronco que foi tolhido (até mesmo o pai!).
O machado é a sociedade como um todo; o governo; os políticos; a secretaria de educação; os preconceitos…
O professor, mesmo que queira, muitas vezes NÃO CONSEGUE fazer diferente.
Saia você de sua aula conteudista, coloque a cabeça pra fora que você levará martelada! Tente fazer algo diferente, que logo virá a direção da escola orientada pela secretaria com dezenas de argumentos e punições para que você volte ao seu lugar!
E quem está na secretaria é um capacho do dono do poder na ocasião, um indicado político que NÃO É UM PROFESSOR!
Só quem trabalha dentro da escola e tenta fazer algo diferente sabe a dificuldade que existe, sabe o quanto temos deburocracia, papelada, restrições, orientações, pedagogês, resoluções, diertrizes, normas, decretos, leis orientando nosso trabalho, dizendo o que temos que fazer, como temos que fazer, quando temos que fazer.
E NÓS QUE SOMOS O MACHADO??!
No caso do conto “escola de vidro”, sem me estender muito, pego uma passagem:
“Uma vez um colega meu disse para a professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade. Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunista. Ou até coisa pior…”
E pego o nome da professora: “Dona Demência”.
Preciso dizer mais alguma coisa?
Mas, engraçado, os bem-sucedidos cidadãos que escreveram isso e desenharam aquilo – e os tantos outros que fazem da malhação ao professor um esporte – estudaram em escolas e foram orientados… por professores!
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
Professor, e não machado

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