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quinta-feira, março 08, 2012


A FRAUDE CHEGOU AO PROFESSOR

Indignada, decepcionada e revoltada leio a notícia dando conta de que professores da rede pública dão  aulas com diplomas falsos em São Paulo. 

Considerando que o professor é o cidadão que tem o papel de educar, ensinar, formar caráter e conscientizar os alunos de seus direitos e deveres, qual a moral que uma pessoa que falsifica documento tem para enfrentar uma classe de adolescentes e ou crianças e passar conceitos que servirão para a vida toda, quando ela mesma não pratica o que prega? Em que mãos os pais  e o governo estão entregando seus filhos?  

Por culpa do MEC que também não fiscaliza as universidades, das secretarias de Educação que no desespero contratam qualquer pessoa para os alunos não ficarem sem aulas, estamos incorrendo no grande erro que é colocar um professor farsante para nossas crianças. 

O resultado tem sido o que vemos nas escolas, pessoas despreparadas, sem compromisso com o ato de ensinar, que estão ali apenas porque recebem  salário. Está aí a comprovação: um salário de fome que não atrai pessoas competentes e envolvidas com a educação, atrai falsários para um  espaço onde não há lugares para amadores e incompetentes. 

Vender uma educação de qualidade está cada vez mais difícil para o governo de São Paulo, que bastaria fazer uma visita em algumas escolas e tentar um diálogo com os professores que estão nas salas de aula. Saiam de seus gabinetes e visitem in loco o que ocorre nas escolas. Então verão que a marginalidade,  as drogas e a violência  que tomaram conta das escolas tem explicação. Não sejamos ingênuos e hipócritas,  se em SP o quadro é esse  podemos imaginar no resto do país. 

O pouco trabalho desempenhado por aqueles que ainda resistem no ofício de ensinar é o que mantém as portas das escolas abertas. Se nada for feito, as escolas públicas virarão verdadeiras FEBEM. Ajam enquanto é tempo, pois com o trabalho da imprensa que incansavelmente  denuncia, as mazelas da Educação ficam expostas e não há porque adiar a solução desses problemas. 

Basta o Ministério Público investigar a fundo e verá que há muitos caciques para poucos índios. Assim de denúncia em denúncia, as escolas públicas vão se tornando lugares onde as crianças menos desejam estar. Por culpa de quem? Dos poderes públicos, dos pais e da sociedade que não se mobiliza para exigir educação de qualidade.  Fica tudo no papel e na discussão subjetiva. 

O ensino só vai melhorar no dia em que o discurso virar prática. Mas a quem mesmo interessa escolas boas, alunos que aprendam e cidadãos conscientes de suas obrigações? Voltamos ao surrado ditado, o  professor finge que ensina, o aluno finge que aprende e o governo finge que paga. 

Pelo que se nota, aqueles que cansaram de fingir passaram a agir, vou fraudar porque preciso de dinheiro. Muito diferente do que vemos no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais, no Executivo e Judiciário cujos piores exemplos são mostrados diariamente? 

O que escandaliza é constatar que até o professor foi cooptado a fraudar. Chegamos ao fundo do poço. 

Como disse Rui Barbosa; "Há tanto burro mandando em gente de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência".

Ponto de Vista de Izabel Avallone
S. Paulo - SP

SECOM / CPP

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